quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Colagem

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And I'm afraid, ah
I'm so afraid, ah
"What if I lose?" Is what I think to myself
I'm fine in my shell, I'm afraid of it all, afraid of loving you

Janelle Monaé - So Afraid

    Nessa música (recomendo) ela descreve a vida acontecendo em volta dela enquanto ela está trancada no quarto, todas as pessoas e coisas parecem se movimentar em harmonia e sem esforço, menos ela... inclusive o eu poético da música parece ser adolescente. Enquanto ouvia agora tive a impressão de que ela descobriu a própria sexualidade porque antes do refrão ela fala sobre ficar no quarto "escrevendo cartas pra igreja", o que explicaria o "afraid of loving you".Mas claro que essa parte também pode ser sobre amor próprio. Ela diz pra si mesma que está tudo bem ficar na própria "concha", e esse medo trava o aprendizado...

Príncipe Zuko, o orgulho não é o oposto da vergonha, mas a sua fonte[...]" - Avatar (Iroh)

    Enquanto pensava na interseção entre medo e vergonha me veio essa frase emblemática. O quanto da vergonha não vem das suposições de quem você devia ser ou o que devia fazer (não ignorando também as circunstâncias). Tio Iroh termina a frase com "a verdadeira humildade é o verdadeiro antídoto para a vergonha", mas eu vou tomar a liberdade de substituir humildade por vulnerabilidade.

 “Do you understand the violence it took to become this gentle?”

― Nitya Prakash
    Às vezes temos que apelar pra frases do tumblr que nem sabemos de onde vem (e tivemos que achar o autor pesquisando no google). O ponto é que aprender a ser vulnerável, e executar isso, dói e dá trabalho... 

Kiriku e a Feiticeira (2003)

    Uma feiticeira malvada na verdade é uma mulher que foi atacada por um grupo de homens que colocaram um espinho nas costas dela, que desde então dói muito e a deixa sempre irritada (uma metáfora muito inteligente e bem feita para estupro)... Pensei nessa imagem mental (mais do que a situação dela em si) sobre dores em geral e que se você não identifica o que é e "arranca o espinho" elas te consomem - também visto nos espíritos de Avatar e qualquer obra asiática sobre espíritos que precisam ser apaziguados.

MADK ( 2018)
    Imagine que você é um demônio e a coisa que você mais sente falta é de ouvir o seu próprio nome ser pronunciado por outra pessoa... então você estende sua existência por séculos até que possa aparecer alguém digno desse feito, e você cria esse menino pra que ele queira te subjugar, sendo que esse é um ato de amor, ou o mais próximo disso você pode chegar, então quando ele te dominar você se auto destrói, e o ciclo vai se repetir, como já se repetiu com você, por séculos e séculos amém... E apesar desse menino ter se tornado quase um Frankenstein por fora e por dentro, ele na verdade ainda é um menino e tudo que ele fez é por carência emocional... na verdade eu coloquei aqui só por causa da frase mas depois percebi que não era o sentido que eu tava imaginando, mas resolvi deixar mesmo assim.
 
    Bom, na verdade tudo começou com a frase "Eu tenho vergonha de mim mesma" da Rita Cadillac, então eu escrevi um pouco sobre isso após algumas conversas sobre medo e vergonha de viver, e as coisas daqui foram só alguns parêntesis que eu puxei. Achei que além das frases seria interessante um pouco sobre o porquê de cada uma delas e é isso, por enquanto



Um comentário:

  1. Gosto de pensar que dores te deixam mais insensível para as dores alheias, e esse processo de vulnerabilidade é quase como se abrir para mais dores ainda, por isso é ruim e difícil, olhar em volta, além da dor...

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